Como todo
final de ano, é hora das promessas para alteração da vida no ano novo.
Expectativas de mudança de emprego ou de conseguir um, de casa nova, de
relacionamento para os solteiros, de melhoria das relações para os
compromissados, parar de beber, parar de fumar, curar-se de doenças, de malhar
mais e deixar o corpo em forma, de emagrecer, economizar...
Enfim,
todo ano é a mesma coisa... Uma extensa lista de promessas a serem
cumpridas. As intenções são boas, mas, ao desenrolar dos dias, caem no
esquecimento. Os fatores são diversos, desde a preguiça para engendrar a
transformação à falta de tempo para promover as mudanças prometidas.
Percebe-se,
entretanto, que todas essas mudanças tem ligação com outra mais profunda e
esquecida, não só no final do ano como em todos os dias de qualquer ano, a
educação moral, que logrará a tão falada reforma íntima que, quando levada a
efeito fará com que, não precisemos mais de promessas de fim de ano, pois ela
será natural, sem dores, praticamente imperceptível.
O
amai-vos e instrui-vos é conhecido de todos os que lidam no movimento espírita,
porém, bem poucos entendem que o seu real significado está ligado ao
entendimento de que para evoluir é necessário estar imbuído de estudos sobre os
procedimentos essenciais e ter consciência sobre a necessidade de evolução.
A
Doutrina Espírita tem entre as suas atribuições ajudar o homem a realizar a sua
transformação moral, mas, essa atitude passa por compreensões maiores do que
possamos supor. A primeira delas, é que carregamos certos vícios dos quais
podemos não nos orgulhar, mas temos grandes dificuldades em extingui-los por
estes já terem percorrido uma boa parte da vida alimentando nosso ego com mil e
uma justificativas para mantê-los.
Sendo um
dos temas mais debatidos no meio espírita, a reforma moral é também das mais
complexas a ser colocada em exercício efetivo na vida até mesmo dos espíritas,
que engordam as fileiras de promessas de final de ano, esquecendo-se que para
alcançar transformações mais profundas, na vida material, é preciso consertar
as estruturas que não se vê, as subjetivas, representadas pelo senso moral.
Mas, o
que é moral, qual a necessidade dessa reforma?
A questão
moral passa essencialmente pela ética que é o conjunto de valores, hábitos e
costumes de uma cultura ou sociedade, interpretada pelos romanos como moral. A
Ética é parte da Filosofia, seus estudos dizem respeito aos valores que o ser
humano emprega em sua conduta para que possa alcançar a felicidade. A Ética
está ligada à distinção entre o bem e o mal; entre o que é e o que não é
proibido, entre o lícito e o ilícito.
Nesse
sentido a educação moral vem criar condições para que saibamos como agir, de
modo consciente e racional, para uma mudança comportamental quando despertamos
para a necessidade de eliminar os pontos negativos que ainda reinam no
espírito.
Reforma
moral é um processo ininterrupto na busca pelo conhecimento de si mesmo e
consequentemente de renovação de estruturas antigas, substituídas por novos
paradigmas que levem o espírito a atingir o tão desejado progresso e
equilíbrio.
Nesse
esquadrinhamento do íntimo pela superação dos vícios e distúrbios a vivência
evangélica é fator primordial que ajudará a eliminar os males do passado e a
evitar outros no presente e no futuro.
Assim
como as promessas de final de ano tem como propósito um estado de felicidade,
este também é o objetivo da promoção da reforma íntima, que, entretanto, tem um
alcance muito maior que meramente o âmbito material, apesar de atingir também
este. A reforma moral tem seu raio de ação nas profundezas do espírito
levando-o à consciencialização de que ele é o artífice de seu destino a partir
de sua conduta.
Reformar-se
moralmente envolve promessas de transformações que nunca fazemos que é mudar
interiormente e que requer estarmos cientes das Leis Divinas, e por esta ser
uma realidade ainda distante para muitos, sequer conseguimos cumprir simples
promessas de fim de ano. Quando tivermos maturidade suficiente para entender
que o alcance de uma vida material de realizações requer mudanças de atitudes
mentais e espirituais, seremos mais felizes.
A reforma
íntima tira os homens das cinzas, mostra a realidade da vida espiritual. É um
processo lento, gradativo, esclarecedor, amplia as potencialidades do espírito
para a vida imortal e neste momento é que a abertura para as verdades eternas
se farão e não mais haverá promessas de fim de ano que fiquem sem cumprimento.
Impregnados de bem estar perceberemos que a reforma íntima é quem cura os males
do espírito legando ao corpo novas concepções para a vida na Terra.
Feliz 2017!