No seguimento da insensatez levada a efeito pelos que se
dizem espíritas, temos os “donos” dos centros. Esta figura, que tenta, mas não consegue
ser modesta, que quer passar uma imagem de honestidade, mas se trai nas
atitudes, além dos médiuns e palestrantes estrelas, é um dos grandes entraves
ao bom andamento dos trabalhos.
Mandam, desmandam, invertem a lucidez transformando-a em
falta de senso e de praticidade, se sentem com capacidade para coordenar todas
as atividades, tiram e colocam quem querem das reuniões, ajudam os que chegam
com o intuito de dominar-lhes e deles obter favores pessoais, usam e abusam dos
materiais da casa emprestando ou dando a seus pares, isso quando não são
direcionados para a sua própria casa.
Justificam
a utilização da casa espírita bem como de seus utensílios para uso pessoal, no
fato de que foram eles os responsáveis pela edificação da casa, por sua
manutenção, muitas vezes sozinhos durante certo tempo, e que foram os principais
doadores dos objetos.
Seguram com mãos de ferro as chaves da casa e são eles que a
abrem e fecham e como absurdo pouco é bobagem quando viajam, caem doentes ou
tem visitas em casa suspendem as reuniões. No quesito imitação com toda a
certeza se espelham na clássica figura de São Pedro detentor das chaves das
portas do céu.
São pessoas controladoras que querem tudo para si e os que a
elas não se unem são vistos com desconfiança e por vezes excluídos dos
trabalhos da casa.
As eleições para escolha dos membros dirigentes, não passam
de uma farsa, visto que, o “dono” da casa, faz o seu lóbi cercando-se de todas
as garantias para sua manutenção no poder. E como é comum nestes ambientes, não
se formam chapas de oposição, visto que, os que poderiam assim agir, já foram
sumariamente destruídos.
Não respeitando quem age e pensa de modo diferente, impõem
ao núcleo espírita um ritmo de trabalho baseado apenas em sua visão
estereotipada do que seja o Espiritismo.
Em tudo o que seja dito eles veem contrariedades ao seu ponto
de vista, que é estritamente pessoal e em nada, nadinha se coaduna com a
Doutrina Espírita.
É interessante notar que os defensores dessa classe de
dirigentes, dizem que eles são úteis, pois mantém a casa em funcionamento. Ou
seja, não passam também de parasitas que não querem compromisso e logo, é mais
cômodo apoiar o erro do que assumir o lugar e trabalhar pela melhora do
ambiente.
Os tais “donos” dos centros sentem-se experientes, alguns por
carregar o peso da idade e chegam mesmo a dizer que não há ninguém com
competência suficiente para substituí-los.
Esquecem-se, todavia que idade não simboliza experiência e
muito menos competência e que, portanto, não possuem a qualificação necessária
para ocuparem cargos de liderança, pois lhes falta, além de outras habilidades a humildade e a capacidade de convivência com o diferente.
Viciados mais nos fenômenos do que na própria doutrina;
viciados pelo poder; viciados por mandar. Arvorados em missionários do bem,
destroem os padrões doutrinários pelo orgulho e falta de vigilância que lhes
são características.
Sempre dispostos a anular os de boa vontade com o ácido da
critica e não satisfeitos em espalhar seus petardos dentro da casa espírita,
predispõem-se a difamar os que julga serem seus desafetos na comunidade ao
redor do núcleo espírita. São incapazes de evitar os atritos, pois via de
regra, são eles quem os promovem.
Esses “donos” de centros espíritas desestimulam e levam
muitas pessoas a desistirem do Espiritismo por julgar que seja mais uma seita
de fanáticos e de chefões.
Não
há neles a consciência de fraternidade ou mesmo de altruísmo cristão, agem por
impulso, melindram-se por qualquer motivo impondo regras e obstáculos a todos
que tentem articular alguma atividade que lhes fuja das mãos. Esquecem que a
Casa Espírita não tem dono e mesmo que tenham fundado e doado objetos para sua
composição, é uma instituição pública a serviço do Espiritismo.
Impondo
ideologias caducas e extravagantes fazem o papel de desorientadores daqueles
que chegam à procura de consolo. Casa Espírita em que não há o esclarecimento
dentro dos postulados codificados por Kardec demarca sua falência. Os que
enxergam os desregramentos precisam tomar providências contra o estado
degradante confinado ao ambiente onde deveria reinar a harmonia, o conhecimento
e o bem-estar.
A
Casa Espírita, conforme relata André Luiz em Os Mensageiros capítulo 34, pertence a
todos os cooperadores fiéis ao serviço cristão. Mas, ao analisarmos a situação
atual pelo Brasil, chegamos à triste conclusão de que não há espíritas dentro
dos centros espíritas e como disse sabiamente Herculano Pires, a mentalidade do
evangelismo nas casas espíritas, e aqui acrescentamos também a sede pelo poder,
levou a Doutrina a ser invadida por lobos em pele de ovelha, onde as palavras
tolerância, fraternidade e paciência são apenas capas para as mazelas
imagináveis e inimagináveis.
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