sábado, 16 de janeiro de 2016

Os vícios dos espíritas II



         No seguimento da insensatez levada a efeito pelos que se dizem espíritas, temos os “donos” dos centros. Esta figura, que tenta, mas não consegue ser modesta, que quer passar uma imagem de honestidade, mas se trai nas atitudes, além dos médiuns e palestrantes estrelas, é um dos grandes entraves ao bom andamento dos trabalhos.

         Mandam, desmandam, invertem a lucidez transformando-a em falta de senso e de praticidade, se sentem com capacidade para coordenar todas as atividades, tiram e colocam quem querem das reuniões, ajudam os que chegam com o intuito de dominar-lhes e deles obter favores pessoais, usam e abusam dos materiais da casa emprestando ou dando a seus pares, isso quando não são direcionados para a sua própria casa.

Justificam a utilização da casa espírita bem como de seus utensílios para uso pessoal, no fato de que foram eles os responsáveis pela edificação da casa, por sua manutenção, muitas vezes sozinhos durante certo tempo, e que foram os principais doadores dos objetos.

         Seguram com mãos de ferro as chaves da casa e são eles que a abrem e fecham e como absurdo pouco é bobagem quando viajam, caem doentes ou tem visitas em casa suspendem as reuniões. No quesito imitação com toda a certeza se espelham na clássica figura de São Pedro detentor das chaves das portas do céu.

         São pessoas controladoras que querem tudo para si e os que a elas não se unem são vistos com desconfiança e por vezes excluídos dos trabalhos da casa.

         As eleições para escolha dos membros dirigentes, não passam de uma farsa, visto que, o “dono” da casa, faz o seu lóbi cercando-se de todas as garantias para sua manutenção no poder. E como é comum nestes ambientes, não se formam chapas de oposição, visto que, os que poderiam assim agir, já foram sumariamente destruídos.

         Não respeitando quem age e pensa de modo diferente, impõem ao núcleo espírita um ritmo de trabalho baseado apenas em sua visão estereotipada do que seja o Espiritismo.

         Em tudo o que seja dito eles veem contrariedades ao seu ponto de vista, que é estritamente pessoal e em nada, nadinha se coaduna com a Doutrina Espírita.

         É interessante notar que os defensores dessa classe de dirigentes, dizem que eles são úteis, pois mantém a casa em funcionamento. Ou seja, não passam também de parasitas que não querem compromisso e logo, é mais cômodo apoiar o erro do que assumir o lugar e trabalhar pela melhora do ambiente.

         Os tais “donos” dos centros sentem-se experientes, alguns por carregar o peso da idade e chegam mesmo a dizer que não há ninguém com competência suficiente para substituí-los.

         Esquecem-se, todavia que idade não simboliza experiência e muito menos competência e que, portanto, não possuem a qualificação necessária para ocuparem cargos de liderança, pois lhes falta, além de outras habilidades a humildade e a capacidade de convivência com o diferente.

         Viciados mais nos fenômenos do que na própria doutrina; viciados pelo poder; viciados por mandar. Arvorados em missionários do bem, destroem os padrões doutrinários pelo orgulho e falta de vigilância que lhes são características.

         Sempre dispostos a anular os de boa vontade com o ácido da critica e não satisfeitos em espalhar seus petardos dentro da casa espírita, predispõem-se a difamar os que julga serem seus desafetos na comunidade ao redor do núcleo espírita. São incapazes de evitar os atritos, pois via de regra, são eles quem os promovem.

         Esses “donos” de centros espíritas desestimulam e levam muitas pessoas a desistirem do Espiritismo por julgar que seja mais uma seita de fanáticos e de chefões.

Não há neles a consciência de fraternidade ou mesmo de altruísmo cristão, agem por impulso, melindram-se por qualquer motivo impondo regras e obstáculos a todos que tentem articular alguma atividade que lhes fuja das mãos. Esquecem que a Casa Espírita não tem dono e mesmo que tenham fundado e doado objetos para sua composição, é uma instituição pública a serviço do Espiritismo.

Impondo ideologias caducas e extravagantes fazem o papel de desorientadores daqueles que chegam à procura de consolo. Casa Espírita em que não há o esclarecimento dentro dos postulados codificados por Kardec demarca sua falência. Os que enxergam os desregramentos precisam tomar providências contra o estado degradante confinado ao ambiente onde deveria reinar a harmonia, o conhecimento e o bem-estar.

A Casa Espírita, conforme relata André Luiz em Os Mensageiros capítulo 34, pertence a todos os cooperadores fiéis ao serviço cristão. Mas, ao analisarmos a situação atual pelo Brasil, chegamos à triste conclusão de que não há espíritas dentro dos centros espíritas e como disse sabiamente Herculano Pires, a mentalidade do evangelismo nas casas espíritas, e aqui acrescentamos também a sede pelo poder, levou a Doutrina a ser invadida por lobos em pele de ovelha, onde as palavras tolerância, fraternidade e paciência são apenas capas para as mazelas imagináveis e inimagináveis.

        

        
        

         

Nenhum comentário:

Postar um comentário