Por que vês tu, pois o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho?
Mateus, 7: 3-5.
Mateus, 7: 3-5.
As palestras espíritas
são um meio para a divulgação da Doutrina e por isso mesmo, é uma mensagem que
deve ser transmitida equilibradamente, de forma que, os que estiverem tomando
contato pela primeira vez com o Espiritismo, possam ter um entendimento inicial
satisfatório.
Por
se tratar de uma aula, deve ser bem elaborada, dando ao orador a oportunidade
de interagir com a assistência e promover esclarecimentos.
Porém, temos visto o púlpito espírita ser utilizado por
palestrantes para explanar insatisfações pessoais, fazer campanha política,
“lavar a roupa suja” com os companheiros da casa, difamar e agredir até mesmo a
quem não frequenta o centro.
Palestrantes que se acham profundos conhecedores da Doutrina
Espírita, mas que nunca leram nem mesmo o Evangelho Segundo o Espiritismo, que gostam de serem
tratados como irmãos em Cristo, convencidos de que estão em posição de
destaque, sentem-se no direito de apontar o dedo, ao que à priori julga ser
negativo.
Assim com um PowerPoint filosoficamente ilustrado, fazem
referências a coisas e pessoas que são chamadas de embusteiras, caloteiras e
farsantes.
Amai-vos e Instrui-vos, ensina o Espiritismo, mas ao que
tudo indica, estamos passando longe, bem longe do real entendimento desta
chamada de atenção...
Não temos o direito de citar nomes, sejam de pessoas ou
empresas e ainda mais sem um conhecimento real a respeito do outro e utilizando
adjetivos que desqualificam de forma absolutamente acintosa como se
estivéssemos completamente incólumes de sermos também apontados como
embusteiros.
Além de ser uma tremenda falta de caridade, é imoral sendo
também algo passível a um processo judicial por calúnia e difamação. Lembremos,
quando apontamos um dedo a outrem, temos três voltados para nós...
Não temos condições de mensurar as razões alheias e julgar
sem conhecimento de causa é passar atestado de incompetência. Além disso,
queremos justificar nossos erros afirmando que ainda não aprendemos a ser
tolerantes... Ora de certa forma, utilizamos o mesmo desculpismo de outrora
para dar embasamento legal às nossas ações bizarras, de que “a carne é fraca”.
Se quisermos realmente amor e instrução em nossas vidas,
aprendamos enquanto é tempo a sermos sujeitos espirituais autênticos.
Coloquemo-nos no lugar do outro e tentemos entender a sua visão de mundo.
Busquemos pensar como ele, ver a vida como ele a vê, perceber seus limites e
conhecimentos, os seus porquês e experiências. Desta forma, talvez tenhamos
condições de perceber que com o mesmo arcabouço cultural e espiritual, agiríamos
igual ou talvez pior.
Mas, a sede de demonstração de poder e conhecimento
ultrapassam as fronteiras do bom senso, pois além da utilização irracional dos
mecanismos que deveriam servir para construir, utilizam-se também das redes
sociais com a mesma intenção maléfica.
No centro Espírita os aplausos inflam os egos, no mundo
virtual o “like/gosto/curtir” e comentários favoráveis tem a mesma função: dar
razão ao irracional que se julga superior.
Análises unilaterais e desprovidas de lucidez e emoção
equilibrada. Se quisermos corrigir o outro, comecemos por nós mesmos.
Para o bem da verdade, não sabemos nada que possa nos dar subsídios
para ostentarmos o título de sábios, mesmo que laureados por um PhD. O
conhecimento de ninguém está pronto e acabado, todos nós aprendemos a cada dia
um pouco mais, uns com os outros. O conhecimento é uma construção que acompanha
o progresso do Espírito, portanto, mais humildade e menos orgulho. Atentemos para o ditado popular: cautela e
caldo de galinha, não fazem mal a ninguém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário