terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Herculano Pires, o Espiritismo bem compreendido.


       Ter a oportunidade de citar José Herculano Pires é trazer esclarecimento sobre a necessidade de estudar o Espiritismo e mais uma vez levar a público seus pensamentos, suas observações e explanações lúcidas em torno da filosofia espiritual.

     Herculano faz jus ao título de o mais célebre e sério divulgador e defensor da Doutrina Espírita no Brasil, graduado em Filosofia foi certamente dos mais enérgicos e atuantes trabalhadores do movimento espírita, combatendo de forma veemente os modismos e o preconceito dos que desdenhavam a Doutrina. Sempre consciente, foi denominado por Emmanuel como “O metro que melhor mediu Allan Kardec.”

     Estudou e escreveu muito sobre a Doutrina Espírita e seus aspectos filosófico, educativo, ético, cientifico. Polêmico, nunca aceitou que a Doutrina fosse usada como um trampolim para exibição de status social tinha um compromisso com a divulgação de um Espiritismo verdadeiro e sem dogmatismo e por isso foi duramente atacado pelos próprios espíritas cujos conceitos se encontravam distantes dos princípios básicos e em consequência trabalhados de forma inadequada. 

     Questionou a FEB – Federação Espírita Brasileira e sua predileção por fixar parâmetros roustainguistas ao Espiritismo no Brasil em detrimento de Allan Kardec. Não aceitava o misticismo e assim como Kardec, pautou seus estudos investigativos buscando subsídios no mundo inteiro, não examinou de forma simplória o fenômeno, analisou as suas causas.

      Seus estudos filosóficos legaram uma das grandes obras para a Doutrina Espírita, Introdução à Filosofia Espírita onde faz um brilhante estudo comparado entre a Filosofia Espírita e os sistemas em evidência no século XIX como o materialismo e o existencialismo. Herculano demonstra nesta obra a importância da Filosofia Espírita para o futuro propondo a Filosofia Espírita da Existência ou o Existencialismo Espírita.

 É também de Herculano a magistral incursão pelo mundo da educação, a Pedagogia Espírita.  Para ele, o Espiritismo representa uma revolução cultural com um profundo caráter pedagógico, onde o propósito é uma escola onde os métodos sejam laicos, livre do sectarismo que no seu entender foi a razão fundamental da luta entre Ciência e Religião e que de forma violenta poderá apossar-se das crianças assim ocorreu no ensino do passado, que arraigado a sistemas religiosos desenvolveu um homem técnico e submisso.

     A proposta da Pedagogia Espírita é de uma educação que leve o homem a ser consciente de seus deveres e responsável por seus atos, mas que ao mesmo tempo, reconheça em Deus a Inteligência suprema do Universo, causa primária de todas as coisas.

      Frase de Herculano: Os adversários partem do preconceito e agem por precipitação. Os espíritas formularam uma idéia pessoal da Doutrina, um estereótipo mental a que se apegaram.   

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